toque após toque. o tecido do atabaque ruge e vibra o tempo dos que aqui estão, dos presentes e dos onipresentes. o grupo se cala. tambor vibra, o ponto risca o piso e perpassa pelas mãos, pelos olhos, ventres e bocas de todos. o som se preenche, de falas, de cantos, um tom grave atravessa a multidão dando tempo ao tempo, regendo as cordas elevadas aos céus. a luz vibra e ressoa um semitom qualquer, zunindo entre as quatro paredes. entre os rostos que se olham, os olhos que se cruzam, quis ter eu a sorte de ter no colo minha ferramenta principal de sentir e registrar o mundo. quis ser eu o sortudo de receber esse presente do meu querido amigo @ygorios e da querida amiga @raissanrus, um recorte da passagem desse casal tão incrível por uma cerimônia igualmente linda e sensível. quis ser eu o sortudo em ver o tempo se dobrar e abrir caminho pro que não cabe nem nunca vai precisar caber somente em imagens; sigo achando que bonitas são as coisas da vida que não cabem, que são com elas que caminhamos, entre todos os seres que hão de existir, os que existiram e seguem existindo e guiando a gente por essa vastidão de encontros. belos são os encontros da vida.
mais uma vez, meu agradecimento a esses dois seres maravilhosos por confiar esse momento lindo ao meu olhar.
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[ENG]
Touch after touch. The skin of the atabaque growls and vibrates with the time of those who are here—those present and those omnipresent. The group falls silent. The drum hums, the rhythm cuts across the floor and moves through hands, through eyes, through bellies and mouths. The sound fills the space—with voices, with chants—a deep tone ripples through the crowd, giving time to time, conducting the strings that rise to the heavens. The light trembles, resonating in some nameless semitone, buzzing between the four walls. Among the faces meeting, the eyes crossing, I wished to be the lucky one—to have in my lap my greatest tool for feeling and capturing the world. I wished to be the fortunate one to receive this gift from my dear friends @ygorios and @raissanrus—a fragment of their journey, a glimpse of this incredible couple passing through a ceremony just as beautiful and profound. I wished to be the lucky one to witness time folding in on itself, making way for what neither fits nor ever needs to fit within mere images. I still believe that the most beautiful things in life are the ones that cannot be contained—that it is with them that we walk, among all beings that will exist, those who have existed, and those who continue to exist, guiding us through this vastness of encounters. Life’s greatest beauty is in its meetings.
Once again, my deepest gratitude to these two wonderful souls for entrusting me with this moment through my gaze.
